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Inadimplência sobe 5,59% em junho
Os setores que sofreram mais calotes foram os de eletroeletrônicos, telefonia, escolas e planos de saúde
A inadimplência subiu em junho 5,59% em relação a maio e 1,17% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mas os números do comércio no primeiro semestre fecharam positivos tanto para as vendas quanto para a redução da inadimplência. Na primeira metade de 2010, as consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que é um termômetro das vendas, tiveram alta de 7,88%, enquanto a inadimplência registrou queda de 1,51% em relação a idêntico período do ano passado. E as expectativas são melhores para a segunda metade de 2010.
Para o economista da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Fernando Sasso, além dos fatores pontuais, pesa no avanço da inadimplência em junho a entrada de um novo grupo de consumo, formado pelas classes C, D e E, que ainda não aprendeu a se planejar financeiramente, principalmente em relação a vendas parceladas.
Calote. Os setores do comércio que receberam em junho o maior volume de calotes dos consumidores foram os de telefonia, eletroeletrônicos, escolas e planos de saúde, segundo o economista da CNDL. "A maior parcela dos endividados é das classes C, D e E. Existe uma demanda reprimida gigantesca nessas camadas, e com nível de exigência da classe A", comparou.
As mulheres continuaram a ser, em junho, a maioria (54,9%) das pessoas registradas no SPC Brasil. Por faixa etária, 26,78% dos registros pertencem a consumidores entre 30 e 39 anos.
No mesmo mês, a entidade detectou que 78,42% possuem dívidas atrasadas nas faixas abaixo de R$ 250,00. "Isso é explicado pela grande disponibilidade de crédito a juros baixos, o que favorece os parcelamentos das compras", disse Sasso.
Efeito Copa. No mês passado, o volume de consultas caiu 5,43% em relação a maio. No entanto, quando comparado a junho de 2009, o incremento nas consultas foi de 9,24%. "Sempre ocorre um movimento mais cauteloso em meses de Copa", salientou o economista da CNDL .
O mundial ajudou a estagnar o setor, mas a perspectiva é de que a recuperação virá forte a partir de agora.
Fora a Copa, quando o comércio chega a fechar as portas em dias de jogo do Brasil, pesou o fato de o mês ter dois dias úteis a menos do que maio. Além disso, naquele mês, os lojistas contam com a segunda melhor data do ano, o Dia das Mães, que só perde para o Natal.
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