A taxa de juros cobrada do consumidor atingiu em setembro o menor nível em 16 anos e caiu pelo segundo mês consecutivo. Desde janeiro de 1995, quando a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) começou a pesquisar juros mensalmente, a taxa não era tão baixa.
Em setembro, os juros médios atingiram 6,69% ao mês, com queda de 0,06 ponto porcentual em relação a agosto. Todas as linhas de crédito pesquisadas - lojas, cheque especial, CDC bancos e empréstimo pessoal de bancos e financeiras -, exceto cartão de crédito, caíram em setembro na comparação com agosto. No cartão de crédito, os juros, que já são mais elevados em relação a outras linhas de financiamento, foram mantidos no último mês.
"Nem o aumento do IOF nem a elevação dos depósitos compulsórios foram suficientes para elevar as taxas de juros. A tendência é de os juros continuarem caindo", diz o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.
Segundo ele, a redução das taxas cobradas ao consumidor é fruto da sinalização do Banco Central, que reduziu a taxa básica de juros nos últimos meses. Além disso, há uma forte competição entre bancos, lojas e financeiras para vender a prazo.
Ribeiro de Oliveira destaca que a concorrência no sistema financeiro pode ser observada no movimento das taxas por períodos mais longos. Entre dezembro do ano passado e setembro deste ano, a Selic aumentou 1,25 ponto porcentual. Nesse mesmo período, a taxa média de juros anualizada cobrada do consumidor caiu 2,46 ponto porcentual.
Na opinião do economista, nos próximos meses os bancos vão tentar ser mais competitivos cortando juros. Quanto ao alongamento de prazos, ele diz que essa é uma estratégia arriscada e os bancos não vão optar por esse caminho enquanto o cenário internacional for nebuloso.