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Vacinas contra a covid-19: 5 fatos que talvez você ainda não saiba
Por quanto tempo elas vão imunizar? Quanto tempo levará para chegar ao Brasil?
Cientistas do mundo todo têm trabalhado incansavelmente na busca por uma vacina eficaz contra o novo coronavírus, causador da pandemia de covid-19. E todos os sinais indicam que teremos pelo menos algumas prontas para uso muito em breve, em tempo recorde, levando em consideração que a vacina produzida mais rapidamente até hoje levou 5 anos para ser liberada. Mas será que bastará o imunizante ficar pronto para tudo estar resolvido? A resposta é não.
Existem diversos fatores envolvidos nesse processo e pouco tem se falado sobre eles:
Burocracia
Quando lemos a palavra "burocracia" pensamos logo em morosidade, falha, perda de tempo. Mas a verdade é que esses trâmites, por mais chatos que sejam em algumas ocasiões, são necessários. Quando estamos tratando de uma vacina, então, os cuidados precisam ser ainda maiores. Há muitos protocolos que precisam ser seguidos e mesmo depois de concluídos todos os testes pelos laboratórios, as vacinas devem passar ainda por uma etapa de avaliação pelos órgãos responsáveis dos países (FDA nos Estados Unidos, Anvisa no Brasil etc.). Isso, por si só, já garantirá uma demora considerável até o início das campanhas de vacinação. Mas tem mais...
Logística
Não sabemos ainda qual vacina vai ficar pronta primeiro nem qual (ou quais) o Brasil vai adotar. Mas o fato é que cada uma tem um protocolo próprio de produção, transporte e armazenamento, além da dependência de insumos que vêm de outros países. Num país de dimensões continentais como Brasil, a distribuição interna será outro desafios. Algumas das vacinas em estágio avançado de testes precisam ser armazenadas em temperaturas muito baixas (de -70º até -200º em alguns casos), algo que pouquíssimas cidades do país são capazes de fazer em grandes quantidades.
Guerra comercial
Todos os países do mundo estão ansiosos por uma vacina. Por isso será inevitável uma corrida que pode resultar em guerra comercial, como já ocorreu no início da pandemia na briga por equipamentos de proteção. Nessa disputa, nações com mais capital e poder de barganha podem acabar conseguindo prioridade.
Quantidade de doses
O Brasil tem cerca de 210 milhões de habitantes, segundo o IBGE. Produzir doses de vacina para tanta gente demanda tempo. Para se ter uma ideia, o acordo firmado para aquisição da Coronavac prevê a aquisição de 46 milhões de doses "apenas". Por meio de outros acordos, o governo espera adquirir um total de 140 milhões de doses até o final do primeiro semestre de 2021. Mas tudo depende de: a vacina ficar pronta, os órgãos aprovarem, a logística dar certo e conseguirmos contornar a guerra comercial. Mesmo assim, não seria ainda um volume suficiente para imunizar toda a população.
Tempo de imunização
Para finalizar, o fator ainda mais obscuro em todos os estudos: Por quanto tempo a imunização da vacina vai durar? Ninguém sabe ao certo. Mas, provavelmente, os imunizantes em desenvolvimento atualmente devem proteger por cerca de 1 ano apenas. Por isso os cientistas tratam essas vacinas como espécies de paliativos, até que outras mais efetivas sejam desenvolvidas. Com esse tempo curto de imunização, tudo fica mais complicado, porque seriam necessárias aplicações de reforço de tempos em tempos. Isso gera mais custos, mais trabalho na logística, mais guerra comercial etc.
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