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5 fatos pouco conhecidos que ajudaram a definir a "marca" Maradona
Argentino sempre foi lembrado pela genialidade e pelas polêmicas
Morreu nesta quarta-feira (25) o ex-jogador de futebol Diego Armando Maradona. Reverenciado mundialmente por sua genialidade em campo, o argentino colecionou ao longo da vida também muitas controvérsias. E foram esses dois elementos que o definiram como "marca" na história: um gênio polêmico.
Os gols fantásticos, o vício em drogas, o ativismo político, o amor incondicional dos argentinos, a rivalidade com Pelé, as brigas, os filhos reconhecidos tardiamente. A vida do craque é uma salada de acontecimentos, muitas vezes contraditórios entre si, que juntos formam - por mais estranho que possa parecer - a coerência de sua personalidade.
Como disse o jornal argentino El Clarín em editorial publicado hoje, " sua maior coerência foi ser autêntico em suas contradições". Maradona nunca teve papas na língua, motivo pelo qual brigou com muita gente, mas que também é parte do combo que justifica a devoção que a maioria dos argentinos tem por sua figura.
É difícil resumir uma história como a dele em poucos pontos. Mas selecionamos aqui 5 momentos que representam bem o conjunto de acontecimentos que ajudaram a moldar a imagem pública desse que, pelo menos na Argentina, é o maior jogador de futebol da história.
Chegou chutando a porta
Pouco se fala sobre essa época hoje em dia, mas a primeira grande polêmica de Maradona aconteceu em 1978, ano de sua primeira convocação para a Seleção Argentina. Após despontar como promessa no país, jogando pelo Argentinos Juniors, foi convocado para defender a camisa do país, mas acabou não entrando na lista de escolhidos para a Copa daquele ano. A não convocação gerou grande indignação entre torcedores que já se rendiam aos encantos do jovem gênio. Maradona "se vingou" reafirmando suas qualidades: com apenas 17 anos, terminou o ano como artilheiro do Campeonato Argentino.
Jogou por dois times em um mesmo jogo
Depois de encerrar a temporada de 1980 mais uma vez como artilheiro (feito que vinha repetindo desde 1978), Maradona foi contratado pelo Boca Juniors, seu time do coração. Mas uma cláusula no contrato assinado entre o clube e o Argentinos previa que o craque não atuasse em jogos oficiais contra seu primeiro time. Mas fizeram um acordo: a estreia no Boca seria em um amistoso contra o Argentinos, em que Maradona jogaria um tempo de cada lado.
Zico estragou a festa
Desde sua meteórica ascensão, Maradona acumulava vitórias. No começo dos anos 1980, pelo Boca Juniors, virou uma espécie de rock-star do futebol, rodando a América em "amistosos-show" que ajudaram a encher o caixa do clube e criar a "Maradonamania". Mas o craque tomou um banho de água fria quando veio ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo de Zico no Maracanã. O Galinho se deu melhor na vitória de 2x0 do Mengão sobre o Boca.
Ligações com a Camorra
O ponto máximo da carreira de Maradona, sem dúvidas, foi a Copa de 1986, vencida pela Argentina e na qual foi eleito melhor jogador. Àquela altura, ele já jogava na Europa e acumulava polêmicas que iam de problemas com dirigentes a uma paternidade não reconhecida. Tudo começou na Espanha, onde conseguiu ajudar a reerguer o Barcelona e chegou a ser aplaudido pela torcida rival do Real Madrid por sua atuação em campo. Mas depois de muitas brigas com os dirigentes, acabou se mudando para o então pequeno Nápoli, clube que, embora tradicional, tinha pouquíssimos títulos. Com Maradona, alcançou feitos incríveis e em 1987 conseguiu seu primeiro título da Série A italiana, derrubando a Juventus, mais poderosa equipe do país na época.
Foi na Itália que Maradona construiu seu maior nicho de fãs fora da Argentina. Na Copa de 1990, realizada em solo italiano, o presidente da federação de futebol do país precisou ir às TVs pedir que os compatriotas torcessem pela sua Seleção, após pesquisas indicarem que a polêmica campanha iniciada por Maradona, pedindo que os napolitanos torcessem pela Argentina, estava surtindo efeito.
Mas a passagem do craque pela Itália acabou mal. O vício em cocaína o aproximou do grupo mafioso Camorra, o que lhe rendeu pesadas acusações e uma suspensão do futebol por 15 meses. De volta à Argentina, acabou preso em Buenos Aires por porte de drogas.
Quebra-quebra em Cuba
Maradona sempre se posicionou politicamente ao longo da carreira, demonstrando apoio a líderes de esquerda. Foi próximo a Hugo Chávez e tinha boas relações com o governo de Cuba, onde foi tratar o vício em drogas. Mas acabou vivendo lá na ilha caribenha um momento complicado, ao agredir fotógrafos e quebrar os vidros de um carro, após se enfurecer com a perseguição de paparazzis.
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