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Equidade nas empresas exige mais do que igualdade salarial: especialistas alertam para a necessidade de mudança cultural

De acordo com especialistas, a nova lei que iguala a remuneração entre mulheres e homens precisa estar alinhada a outras iniciativas como respeito e bom ambiente de trabalho

No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um projeto de lei que garante a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem as mesmas funções no trabalho. A medida é considerada pelo governo como uma importante ação para promover a justiça e o reconhecimento das profissionais.

Atualmente, segundo levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres recebem apenas 51 centavos para cada dólar que os homens ganham mundialmente. Por isso, a nova lei será votada na Câmara dos Deputados para que seja implementada.

Apesar de a medida ser vista como um passo importante para corrigir uma dívida social e monetária com as mulheres, a gerente de marketing da Empregos.com.br, Tábata Silva, ressalta que as empresas precisam adotar outras atitudes de equidade em sua cultura. “Além do salário igualitário, o mercado exige que as empresas tenham uma cultura de diversidade e inclusão, preparando e oferecendo oportunidades, especialmente em cargos de liderança, para as mulheres”, afirma.

Tábata também destaca que as empresas precisam repensar seus modelos de contratação, uma vez que muitas vezes as excelentes profissionais são excluídas do processo seletivo por serem mulheres. “Dados do Empregos.com.br em fevereiro revelam que do total de profissionais em busca de trabalho, 12,5 mil são mulheres, em comparação a 10 mil homens. Isso comprova a quantidade de profissionais mulheres qualificadas e disponíveis para contribuir para o desenvolvimento das empresas”, argumenta.

De acordo com a OIT, 15% das mulheres em idade ativa no mundo desejam ter um emprego, mas não possuem, enquanto esse número é de 10,5% para homens.

Outra iniciativa importante para alcançar a equidade nas empresas é o modelo de governança. O empresário e CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional, Alex Araujo, afirma que o respeito e as condições de trabalho devem fazer parte da rotina corporativa. “Além de oferecer remuneração igualitária, é preciso investir em melhorias no ambiente de trabalho, bem como implementar políticas de gestão que eliminem condições de vulnerabilidade, como a perda do emprego devido à maternidade ou responsabilidades familiares que muitas mulheres possuem”, explica.

Araujo também destaca que o novo modelo de trabalho híbrido e home office trouxe algumas melhorias para as mulheres, que conseguem conciliar melhor a vida profissional com a privada, especialmente em relação aos cuidados com os filhos. “No entanto, para que a profissional em home office mantenha a mesma produtividade, as empresas devem oferecer condições adequadas, como investimentos em equipamentos ergonômicos”, acrescenta.

Para os especialistas, o salário igualitário é um passo importante, mas não é suficiente para alcançar a equidade nas empresas. É preciso uma mudança cultural e, principalmente, de atitude dos gestores e funcionários para que as mulheres sejam tratadas com respeito e igualdade no ambiente de trabalho.

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